Técnica recente no Brasil permite a correção dos dentes com o uso de aparelho ortodôntico “escondido” atrás dos dentes, sem prejudicar a estética. Tema é um dos destaques de congresso que acontece em outubro
O sorriso “metálico” adornado com um aparelho ortodôntico é percebido como um grande incômodo para muitas pessoas, e algumas delas até evitam o tratamento por causa desta parafernália de fios e peças de metal que torna o sorriso menos atraente. Para quem foge do ortodontista, mas quer as melhorias que o tratamento proporciona para a estética e para as funções de mastigação, respiração e fala, foi criada a técnica da Ortodontia Lingual.
A técnica permite a fixação do aparelho “escondido” atrás dos dentes, junto à língua. Assim, a estética não fica comprometida e a correção dos dentes, tanto da arcada superior como da inferior, ocorre como no método tradicional.
O conceito de Ortodontia Lingual surgiu na década de 70 nos EUA. A técnica foi criada para atender artistas de Hollywood que hesitavam em usar um aparelho ortodôntico convencional. No Brasil, este tipo de tratamento ainda é pouco difundido. Um dos nomes mais importantes da Ortodontia Lingual é Peter Taylor, inglês naturalizado brasileiro que há 35 anos escolheu o País para viver.
Segundo o especialista, o método lingual pode ser usado em qualquer caso. As duas únicas diferenças em relação ao aparelho colocado na parte frontal dos dentes é que, devido à dificuldade de visualização, demora um pouco mais para ser colocado; já do paciente é exigido mais cuidado na higienização. A Ortodontia Lingual e o método de colocação tradicional também guardam algumas diferenças técnicas. Assim, Taylor alerta que o profissional deve fazer um bom curso na área para estar hábil a aplicar este procedimento em seus pacientes.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Genetica na odontologia
Um centro de pesquisas realiza estudos com 1.200 pares de gêmeos, com idade entre seis meses e 40 anos, no interior de Minas Gerais. Apesar da descrição anterior se encaixar bem num roteiro de ficção científica, os estudos realizados com os gêmeos idênticos e fraternos de Montes Claros (MG) são reais, sérios, têm embasamento e aplicam uma ferramenta que traz um novo enfoque para a pesquisa odontológica: a Genética.
As pesquisas desenvolvidas na Associação de Gêmeos do Norte de Minas Gerais – região onde se concentra grande número de gêmeos - são coordenadas pelo cirurgião-dentista brasileiro Walter Bretz, que há 25 anos está nos Estados Unidos e atualmente é pesquisador e professor do Departamento de Cariologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, e por Patrícia Corby, também CD brasileira e professora na mesma instituição. “Desde 2000, desenvolvemos vários modelos de estudo com gêmeos em Odontologia. O objetivo é identificar se há e quais são as contribuições genéticas e ambientais nas características bucais”, diz Bretz. Ele completa que, em longo prazo, o objetivo é poder definir tratamentos ou medidas de prevenção mais específicos para cada pessoa e, portanto, mais eficientes. |
Um dos modelos de estudo desenvolvidos que encontra diferencial em gêmeos é o de caso controle, pois entre eles são minimizadas as variáveis ambinetais, além das genéticas, já que irmãos geralmente recebem a mesma educação, têm o mesmo acesso a serviços de saúde, os mesmos hábitos alimentares, entre outros fatores. Desta forma, é feito o pareamento entre irmãos nos grupos teste e controle, facilitando a análise e comparação das carecterísticas estudadas.
Relações entre boca e genes
Segundo Bretz, os modelos de estudos realizados em Montes Claros levantam e cruzam, nos níveis clínico e genético, muitas e detalhadas informações sobre a saliva, forma dos dentes, halitose, superfície das papilas gustativas, resposta a tratamentos, como o clareamento, e a presença das bactérias benéficas da comunidade microbiana presente na boca. “A partir dos dados já levantados, constatamos que a cárie tem um componente genético”, diz o pesquisador.
Apesar de já haver esta constatação, há muito que se estudar ainda e os próximos passos da pesquisa vão aprofundar as análises da microbiologia oral dos pacientes, para definir melhor as relações entre condições e características bucais e os genes. “Atualmente, também estamos desenvolvendo muitos estudos com gêmeos idênticos com características discordantes em relação à cárie e à doença periodontal”, completa Bretz.
Uma ideia que deu certo
A aplicação da Genética na Odontologia é uma grande novidade e a criação da Associação de Gêmeos do Norte de Minas Gerais mostra que o tema já chama a atenção da comunidade científica internacional. Walter Bretz conta que a ideia deste centro surgiu em 1999, quando se reuniu com geneticistas nos EUA para discutir possibilidades de pesquisas relacionando as duas áreas. “Aí, vimos que precisávamos estudar melhor a cárie utilizando o modelo de gêmeos.”
Em 2000, o projeto foi instalado em Montes Claros e hoje é mantido pelo governo norte-americano, por meio de um programa que apoia pesquisas reconhecidas pelo seu mérito científico, e também tem parcerias com a indústria. Além dos coordenadores, Walter Bretz e Patrícia Corby, o centro conta com um grupo permanente de mais de 15 pesquisadores colaboradores, que desenvolvem pesquisas não só em Odontologia, mas também em Medicina e áreas afins da saúde.
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