terça-feira, 14 de junho de 2011

MINHA ENTREVISTA

Onde você Reside?
Resido na cidade de Bragança, no estado do Pará.
Em que local foi concluída sua graduação?
Universidade Federal do Pará UFPA - no Campus de Bragança.
1-Há quanto tempo o senhor atua nessa área? 
Bom, ainda me considero novo nesse ramo, mas vamos lá. Uns 10 anos de prática.
2-Como é possível descobrir se uma substância causa danos aos genes de uma célula ou de um organismo, ou seja, se ela é genotóxica?
Existem vários testes que podem ser realizados. Em geral se faz a exposição de células à substância que está sendo testada, espera-se um tempo e, então, parte-se para a etapa de análise, onde verificamos se ocorreram alterações. 
Podemos observar quebras cromossômicas ou alteração de expressão (funcionamento) dos genes. Para isso temos diferentes tipos de testes que envolvem a Citogenética e a Biologia Molecular. O ponto principal é que as células que sofrem alterações causadas pelas substâncias genotóxicas devem morrer ou, então, devem ser reparadas. No caso de sua morte, as células têm um mecanismo chamado de apoptose (morte celular programada), que é acionado em condições celulares inviáveis. Porém, muitas vezes, este mecanismo não funciona de forma adequada, logo o dano é passado para as outras células, o que pode, por exemplo, levar à formação de tumores. 
3-Como uma substância genotóxica consegue penetrar uma célula e atacar seu DNA?
Na verdade, não existe a necessidade de a substância entrar na célula. Nossas células se comunicam com o meio externo e captam sinais emitidos por ele. Um sinal pode acionar vários mecanismos, que podem levar a diferentes respostas celulares. 
Mas, por outro lado, se a substância entra na célula, devemos lembrar que DNA é uma molécula que tem uma estrutura química definida e que pode ser alterada pela combinação com essa substância. Pequenas alterações em uma molécula de DNA podem fazer com que a informação genética presente nesta molécula seja afetada. 
4-As substâncias cancerígenas, que podem ser encontradas no tabaco, podem ser consideradas genotóxicas?
Substâncias cancerígenas são aquelas que levam à formação de tumores. Assim, um agente genotóxico é o primeiro passo do erro. Este erro pode ser reparado e não causar problemas. Se ele não for reparado pode causar a danos ao organismo, mas não necessariamente à formação de tumores. Mas em algumas situações, os genotóxicos são capazes de induzir a uma instabilidade cromossômica, o que pode contribuir para o desenvolvimento de processo celular maligno (câncer). De qualquer forma, parece haver uma interligação entre esses processos. Lembrando que o dano genotóxico é, por definição, passível de reparo pelas células.
No caso do tabaco, por exemplo, temos vários componentes que podem interferir na molécula de DNA, como benzopireno e nitrosaminaglicanas, que são compostos obtidos pela queima de material orgânico. Estes compostos lesionam o DNA. Se não houver reparo, a chance de formação de tumores é grande. 
5-É possível usar a genotoxicidade para curar doenças? Por exemplo: infiltrar substâncias genotóxicas em um tumor para que ele pare de se multiplicar?
Estudos mostram que é possível infiltrar substâncias em células tumorais na tentativa de destruí-las das mesmas, porém tais substâncias não são classificadas como genotóxicas. Em geral, elas controlam a proliferação celular e tentam induzir a apoptose. Atualmente, técnicas utilizando a nanotecnologia vêm propiciando vários tipos de tratamentos, que antes não eram possíveis. Com a nanotecnologia, pode-se desenvolver carreadores capazes de direcionar substâncias (fármacos, quimioterápicos, etc) para tipos celulares específicos. 
6-Como o organismo humano consegue se proteger de agentes genotóxicos do dia-a-dia, como os que estão presentes em agrotóxicos e alguns produtos de limpeza, por exemplo?
Não podemos evitar todas as exposições. Na verdade, as alterações no DNA ocorrem com certa freqüência, mas o que acaba acontecendo é que temos enzimas que conseguem reparar estes danos. De qualquer forma, é sempre bom tentar evitar exposições. 
Obviamente a exposição a um agente de alta periculosidade é um risco grande, por isso são realizados vários testes, a fim de evitar o contato da população com produtos de elevada toxicidade. 
Podemos pensar, por analogia, em um jogo de loteria. Na loteria, quanto mais eu jogo, maior a probabilidade de ganhar. Se eu nunca jogar, jamais poderei ganhar. Mas, mesmo que se eu jogue sempre, nunca vou ter a certeza que irei acertar. 
7-Os vírus que incorporam seu DNA ao DNA do hospedeiro podem ser considerados genotóxicos?
Existem vírus que levam à formação de tumores, pois fazem a célula perder o controle do ciclo celular. Um exemplo é o papiloma vírus humano (HPV), que causa o câncer de colo de útero. Não consideramos esse tipo de mecanismo um efeito genotóxico, pelo fato de que os danos causados pelos compostos genotóxicos são passíveis de correção. Em geral, uma alteração causada por incorporação de DNA viral leva a uma lesão celular que não pode ser reparada. 
8-Todo tipo de genotoxicidade envolve modificações na expressão de proteínas da célula ou ele pode ser “silencioso”?
Depende do significado de silencioso! Teoricamente silencioso é sem resposta. Se considerarmos que a célula não apresentou dano, o organismo provavelmente também não o apresentará. O que pode acontecer é que um dano acontece, mas não se consegue detectá-lo. Para que isto não ocorra é que são realizados vários testes diferentes.

Caro Felipe.

Estou à disposição para o que você precisar.

Mauro A. D. Melo
UFPA - Campus de Bragança
Alameda Leandro Ribeiro s/n
68600-000, Bragança, Pará
mauroandremelo@yahoo.com.br
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sexta-feira, 3 de junho de 2011

FICHAMENTO 10 QUESTÃO 3

A Biologia Molecular das Doenças Inflamatórias Intestinais
PINHO, Mauro. A Biologia molecular das doenças inflamatórias intestinais. Rev bras. colo-proctol. [online]. 2008, vol.28, n.1, pp. 119-123. ISSN 0101-9880.
“Apesar de sua elevada prevalência, a compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa permanece como um grande desafio apesar de muitas décadas de pesados investimentos em pesquisa. Estudos clínicos em grande escala, assim como análises em ciências básicas mostraram-se insuficientes para superar a complexidade destas doenças as quais, apesar de apresentar uma profunda similaridade entre si, possuem uma extensa variedade no que diz respeito à incidência, sítio anatômico de envolvimento, formas de apresentação, evolução e resposta terapêutica.” (p.119)
“O objetivo deste artigo será, apresentar uma breve revisão sobre o estado atual dos conceitos e resultados gerados até o momento pela análise biomolecular dos mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela ocorrência das doenças inflamatória intestinais.” (p.119)
“Sabe-se que a ocorrência de uma doença inflamatória crônica representa a perda do equilíbrio acima citado, constatando-se uma elevação local dos níveis de diversas citocinas.” (p.120)
“Existem múltiplas evidências de que as bactérias desempenham um papel chave no surgimento dasdoenças inflamatórias intestinais crônicas. Estudos experimentais demonstram a impossibilidade do desenvolvimento desta inflamação na ausência de bactérias, levando à ampla aceitação atual do aforisma “sem bactéria, não há colite”. (p.120)
“O equilíbrio imunológico baseia-se em grande parte na existência de um mecanismo  denominado como imunidade inata. Através deste, células de defesa como macrófagos e células dendríticas, existentes na mucosa intestinal, são capazes de detectar a presença de moléculas associadas a microrganismos.” (p.120)
“Além das alterações ocorridas na flora bacteriana e na resposta imune à presença de bactérias, o comprometimento da barreira mucosa é considerado como um terceiro aspecto capaz de contribuir para a fisiopatologia das doenças inflamatórias intestinais.” (p.122)






FICHAMENTO 9 QUESTÃO 3

Biologia molecular do câncer cervical
RIVOIRE, Waldemar Augusto; CORLETA, Helena Von Eye; BRUM, Ilma Simoni  e  CAPP, Edison.Biologia molecular do câncer cervical. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. [online]. 2006, vol.6, n.4, pp. 447-451. ISSN 1519-3829.
“Existe forte evidência clínica e experimental de que o papiloma vírus humano (HPV) tem papel central no desenvolvimento e crescimento do câncer cervical. Contudo, é sabido que a carcinogênese é um processo de múltiplas etapas. Alterações no equilíbrio citogenético ocorrem no momento da transformação do epitélio cervical normal em câncer. Numerosos estudos apoiam a hipótese de que a infecção por HPV está associada ao desenvolvimento de alterações malignas e pré-malignas do trato genital inferior.” (p.448)
“Os genes são compostos por moléculas de DNA, no núcleo celular. Eles especificam seqüências de aminoácidos que devem ser ligados uns aos outros para formar determinada proteína, que deverá realizar o efeito biológico do gene. Quando um gene é ativado, a célula responde sintetizando a proteína codificada. Mutações em um gene podem perturbar a célula, alterando a quantidade de proteína ou a atividade desta.” (p.448)
“Quando ocorrem mutações, proto-oncogenes tornam-se oncogenes, que são carcinogênicos e causam multiplicação celular excessiva. Essas mutações levam o proto-oncogene a expressar em excesso sua proteína estimuladora do crescimento ou a produzir uma forma mais ativa. Os genes supressores de tumores, em contraste, contribuem para o desenvolvimento de câncer quando são inativados por mutações. O resultado é a perda da ação de genes supressores funcionais, o que priva a célula de controles cruciais para a inibição de crescimento inapropriado.” (p.448)
“As células humanas estão equipadas com mecanismos de controle da divisão celular. Mutações no conteúdo genético destas células podem superar estas defesas e  contribuir para a formação do câncer. Um desses mecanismos de ação é a apoptose, que ocorre quando componentes essenciais estão lesados ou o controle do sistema desregulado. O desenvolvimento de células tumorais implica em escape a esse mecanismo.” (p.449)
“Todos os tipos de HPV são replicados exclusivamente no núcleo da célula hospedeira. Em lesões de pele benignas, associadas ao HPV, o genoma viral encontra-se separado do DNA celular e surge como um plasmídio extra-cromossômico (corpo epissomal). Em lesões malignas associadas aos HPV 16 e 18, contudo, o DNA viral se integra aos cromossomos hospedeiros.” (p.449)
“A integração do DNA viral ao genoma da célula hospedeira é, provavelmente, o passo mais importante na carcinogênese cervical. A combinação da perda da regulação transcripcional viral e a ativação da transcrição do DNA viral integrado podem levar a super expressão de genes, que são essenciais ao desenvolvimento do carcinoma cervical. Alternativamente, a integração do DNA do HPV pode estar associada ou a um proto-oncogene ou a um gene supressor de tumor. O efeito dessa associação poderia levar a progressão de um fenótipo maligno.” (p.450)

FICHAMENTO 8 QUESTÃO 3

Biologia molecular da doença de Alzheimer: uma luz no fim do túnel?
ALMEIDA, O.P.. Biologia molecular da doença de Alzheimer: uma luz no fim do túnel?. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 1997, vol.43, n.1, pp. 77-81. ISSN 0104-4230.
“Demência aflige, aproximadamente, 5% da população com idade acima de 65 e 20% daqueles acima de 80 anos. Entre 1975-2000, espera-se um aumento no número de casos de demência de 54%, em países desenvolvidos, e de 123%, em despreparados países em desenvolvimento, como o Brasil. A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência e é a quarta causa mais freqüente de morte em países desenvolvidos.” (p.77)
“As características básicas da DA foram descritas, no início deste século, por Alois Alzheimer, que relatou o caso de uma senhora de 51 anos de idade que foi trazida à atenção médica devido a um quadro de delírio de ciúmes em relação a seu marido. Nos meses que se seguiram, sua memória deteriorou rapidamente e ela passou a apresentar parafasias, apraxia e desorientação espacial. A paciente faleceu quatro anos e meio após o início dos sintomas. O exame anatomopatológico revelou um cérebro claramente atrofiado e, microscopicamente, a presença de fusos neurofibrilares, placas senis e perda neuronal.” (p.77)
“A presença de fusos neurofibrilares é considerada fundamental para o desenvolvimento da DA, e sua concentração e distribuição têm sido consistentemente correlacionadas com a gravidade da demência.” (p.77)
“A descoberta de um “marcador biológico” confiável permitiria o estudo longitudinal de populações de risco, o que seria fundamental para o desenvolvimento de estratégias adequadas de prevenção da doença.” (p.80)


FICHAMENTO 7 QUESTÃO 3

Extração de DNA a partir de sangue humano coagulado para aplicação nas técnicas de genotipagem de antígenos leucocitários humanos e de receptores semelhantes à imunoglobulina
ARDOZO, Daniela Maira et al. Extração de DNA a partir de sangue humano coagulado para aplicação nas técnicas de genotipagem de antígenos leucocitários humanos e de receptores semelhantes à imunoglobulina. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2009, vol.42, n.6, pp. 651-656. ISSN 0037-8682.
“Muitos testes genéticos envolvidos em estudos de doenças humanas necessitam da utilização do DNA genômico extraído de amostras de sangue. Normalmente, o DNA genômico é obtido a partir da separação da camada de células brancas (buffy-coat) ou do sangue total.” (p.651)
“Frequentemente, ensaios genéticos envolvendo a reação em cadeia da polimerase (PCR) para a extração de DNA, utilizam amostras de sangue coletadas com anticoagulantes.” (p.651)
“Muitos métodos para o isolamento de DNA de amostras coaguladas foram descritos e alguns deles enfocam a obtenção de um DNA satisfatório para a PCR. Outras técnicas se preocupam com amostras de DNA de alta qualidade, porém são procedimentos demorados e bastante trabalhosos, envolvendo processos de homogeneização do coágulo.” (p.652)
“...uma técnica rápida e eficiente de extração de DNA de sangue coagulado se faz necessária, uma vez que materiais biológicos que podem ser utilizados para muitos estudos genéticos são descartados rotineiramente. Além disso, esta metodologia pode representar mais uma opção para a extração de DNA de amostras cujo anticoagulante foi ineficaz.” (p.652)
“Este projeto foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá, estando de acordo com a Resolução 196/96 – CNS.” (p.652)
“As amostras extraídas pelo método EZ-DNA não se mostraram satisfatórias, uma vez que para a dissolução do botão de células, em solução, houve a necessidade de muitos dias de incubação em banho-maria (7 dias), levando assim à degradação do DNA, (dados não mostrados), além do dispendioso tempo necessário para a extração.” (p.653)
“Independente da comparação, o método de extração de DNA por EZ-DNA não foi adequado quando o material biológico de origem foi o coágulo sanguíneo. As amostras de DNA obtidas não amplificaram por nenhuma das duas metodologias de PCR testadas e o procedimento foi demorado, uma vez que foi necessário um período de 5 a 7 dias, em banho-maria, a 56ºC, para a dissolução do botão de células nucleadas na solução de EZ, o que pode ter contribuído para a degradação do DNA.” (p.655)
“...pode-se concluir que a técnica de salting out é muito eficiente, simples e rápida para ser utilizada na extração de DNA de amostras de sangue humano coagulado por qualquer Laboratório de Biologia Molecular. Além disso, o DNA apresentou excelente qualidade e concentração adequada para amplificar os loci HLA e KIR pelas técnicas de biologia molecular PCR-SSO-Luminex e PCR-SSP made in house, respectivamente.” (p.655)


FICHAMENTO 6 QUESTÃO 3

PROJETO GENOMA HUMANO E ÉTICA
ZATZ, MAYANA. Projeto genoma humano e ética. São Paulo Perspec. [online]. 2000, vol.14, n.3, pp. 47-52. ISSN 0102-8839.
“O projeto genoma humano (PGH) tem como objetivo identificar todos os genes responsáveis por nossas características normais e patológicas. Os resultados a longo prazo certamente irão revolucionar a medicina, principalmente na área de prevenção.” (p.47)
“As vacinas de DNA poderão eliminar doenças como a tuberculose ou a Aids. Os remédios serão receitados de acordo com o perfil genético de cada um, evitando-se assim os efeitos colaterais. Paralelamente a esses avanços, inúmeras questões éticas já estão sendo discutidas e outras irão surgir.” (p.47)
“A influência genética em doenças psiquiátricas, tais como a doença do humor (ou psicose maníaco-depressiva), a esquizofrenia ou o alcoolismo, já é amplamente aceita (Alper e Natowicz, 1993; Mallet et alii, 1994). Em uma genealogia extensa da Holanda (Brunner et alii, 1993) identificaram, em indivíduos com comportamento agressivo e anti-social, uma mutação recessiva em um gene do cromossomo X (e que portanto só afeta indivíduos do sexo masculino).” (p.48)
“Nos últimos anos, inúmeros pesquisadores vêm tentando identificar genes de suscetibilidade para doenças psiquiátricas ou distúrbios de comportamento. Descobriu-se, por exemplo, um polimorfismo ligado ao gene transportador da serotonina que causa uma recaptação diminuída dessa substância na fenda sináptica (Heil et alii,1996). Trabalhos recentes confirmados na nossa população mostraram que pacientes com doença de Alzheimer (Oliveira et alii, 1998) e distúrbios psiquiátricos (depressão maior, distimia e doença bipolar) diferem quanto a esse polimorfismo em comparação com controles normais.” (p.48)
“Uma outra questão ética é a possibilidade de se escolher o sexo de um futuro bebê.” (p.48)
“...a possibilidade de se determinar o sexo de embriões antes da sua implantação (diagnóstico pré-implantação na fertilização “in vitro”) para casais com risco de doenças genéticas que só afetam o sexo masculino (como a hemofilia ou a distrofia de Duchenne) evitaria o diagnóstico pré-natal e o sofrimento de ter de interromper uma gestação no caso de fetos portadores.” (p.49)
“Já no caso de doenças genéticas, a identificação de genes deletérios é fundamental para o diagnóstico diferencial de doenças clinicamente semelhantes, para a prevenção (pela identificação de portadores com risco de virem a ter filhos afetados e por diagnóstico pré-natal) e para futuros tratamentos.” (p.49)
“Do ponto de vista ético, entretanto, a detecção de portadores de genes deletérios pode ter conseqüências totalmente diferentes, pois distinguem-se basicamente dois grupos: os portadores assintomáticos, nos quais o risco de uma doença genética só existe para a prole, como no caso da herança autossômica recessiva ou recessiva ligada ao X; e os portadores sintomáticos ou pré-sintomáticos, nos quais o risco existe tanto para a prole e para si mesmos, como o caso da herança autossômica dominante.” (p.49)
“Os problemas éticos relacionados com o diagnóstico pré-natal e interrupção de gravidez de fetos portadores de genes deletérios também têm sido amplamente discutidos. No caso de doenças letais (na primeira ou segunda décadas) ou as incompatíveis com uma vida independente (como aquelas que causam um retardo mental profundo), a decisão para um casal em risco de interromper uma gestação é mais fácil.” (p.51)
“É fundamental salientar que vários centros do mundo que realizam diagnóstico pré-natal mostraram que a legislação a favor da interrupção da gestação no caso de fetos certamente portadores de genes deletérios tem reduzido significativamente o número de abortos em famílias com risco genético. Isso porque muitos casais decididos a interromper uma gravidez no caso de um feto “em risco” deixaram de abortar quando o diagnóstico pré-natal de certeza comprovou um feto normal para aquela doença.” (p.51)
“Em resumo, os avanços na tecnologia da biologia molecular têm sido tão rápidos que o número de testes genéticos disponíveis, tanto para características normais como patológicas, estão aumentando dia a dia. Enquanto as questões éticas estão sendo debatidas no âmbito acadêmico, os laboratórios estão disputando a possibilidade de desenvolver e aplicar testes de DNA, pois do ponto de vista comercial os interesses são enormes.” (p.51)