terça-feira, 14 de junho de 2011

MINHA ENTREVISTA

Onde você Reside?
Resido na cidade de Bragança, no estado do Pará.
Em que local foi concluída sua graduação?
Universidade Federal do Pará UFPA - no Campus de Bragança.
1-Há quanto tempo o senhor atua nessa área? 
Bom, ainda me considero novo nesse ramo, mas vamos lá. Uns 10 anos de prática.
2-Como é possível descobrir se uma substância causa danos aos genes de uma célula ou de um organismo, ou seja, se ela é genotóxica?
Existem vários testes que podem ser realizados. Em geral se faz a exposição de células à substância que está sendo testada, espera-se um tempo e, então, parte-se para a etapa de análise, onde verificamos se ocorreram alterações. 
Podemos observar quebras cromossômicas ou alteração de expressão (funcionamento) dos genes. Para isso temos diferentes tipos de testes que envolvem a Citogenética e a Biologia Molecular. O ponto principal é que as células que sofrem alterações causadas pelas substâncias genotóxicas devem morrer ou, então, devem ser reparadas. No caso de sua morte, as células têm um mecanismo chamado de apoptose (morte celular programada), que é acionado em condições celulares inviáveis. Porém, muitas vezes, este mecanismo não funciona de forma adequada, logo o dano é passado para as outras células, o que pode, por exemplo, levar à formação de tumores. 
3-Como uma substância genotóxica consegue penetrar uma célula e atacar seu DNA?
Na verdade, não existe a necessidade de a substância entrar na célula. Nossas células se comunicam com o meio externo e captam sinais emitidos por ele. Um sinal pode acionar vários mecanismos, que podem levar a diferentes respostas celulares. 
Mas, por outro lado, se a substância entra na célula, devemos lembrar que DNA é uma molécula que tem uma estrutura química definida e que pode ser alterada pela combinação com essa substância. Pequenas alterações em uma molécula de DNA podem fazer com que a informação genética presente nesta molécula seja afetada. 
4-As substâncias cancerígenas, que podem ser encontradas no tabaco, podem ser consideradas genotóxicas?
Substâncias cancerígenas são aquelas que levam à formação de tumores. Assim, um agente genotóxico é o primeiro passo do erro. Este erro pode ser reparado e não causar problemas. Se ele não for reparado pode causar a danos ao organismo, mas não necessariamente à formação de tumores. Mas em algumas situações, os genotóxicos são capazes de induzir a uma instabilidade cromossômica, o que pode contribuir para o desenvolvimento de processo celular maligno (câncer). De qualquer forma, parece haver uma interligação entre esses processos. Lembrando que o dano genotóxico é, por definição, passível de reparo pelas células.
No caso do tabaco, por exemplo, temos vários componentes que podem interferir na molécula de DNA, como benzopireno e nitrosaminaglicanas, que são compostos obtidos pela queima de material orgânico. Estes compostos lesionam o DNA. Se não houver reparo, a chance de formação de tumores é grande. 
5-É possível usar a genotoxicidade para curar doenças? Por exemplo: infiltrar substâncias genotóxicas em um tumor para que ele pare de se multiplicar?
Estudos mostram que é possível infiltrar substâncias em células tumorais na tentativa de destruí-las das mesmas, porém tais substâncias não são classificadas como genotóxicas. Em geral, elas controlam a proliferação celular e tentam induzir a apoptose. Atualmente, técnicas utilizando a nanotecnologia vêm propiciando vários tipos de tratamentos, que antes não eram possíveis. Com a nanotecnologia, pode-se desenvolver carreadores capazes de direcionar substâncias (fármacos, quimioterápicos, etc) para tipos celulares específicos. 
6-Como o organismo humano consegue se proteger de agentes genotóxicos do dia-a-dia, como os que estão presentes em agrotóxicos e alguns produtos de limpeza, por exemplo?
Não podemos evitar todas as exposições. Na verdade, as alterações no DNA ocorrem com certa freqüência, mas o que acaba acontecendo é que temos enzimas que conseguem reparar estes danos. De qualquer forma, é sempre bom tentar evitar exposições. 
Obviamente a exposição a um agente de alta periculosidade é um risco grande, por isso são realizados vários testes, a fim de evitar o contato da população com produtos de elevada toxicidade. 
Podemos pensar, por analogia, em um jogo de loteria. Na loteria, quanto mais eu jogo, maior a probabilidade de ganhar. Se eu nunca jogar, jamais poderei ganhar. Mas, mesmo que se eu jogue sempre, nunca vou ter a certeza que irei acertar. 
7-Os vírus que incorporam seu DNA ao DNA do hospedeiro podem ser considerados genotóxicos?
Existem vírus que levam à formação de tumores, pois fazem a célula perder o controle do ciclo celular. Um exemplo é o papiloma vírus humano (HPV), que causa o câncer de colo de útero. Não consideramos esse tipo de mecanismo um efeito genotóxico, pelo fato de que os danos causados pelos compostos genotóxicos são passíveis de correção. Em geral, uma alteração causada por incorporação de DNA viral leva a uma lesão celular que não pode ser reparada. 
8-Todo tipo de genotoxicidade envolve modificações na expressão de proteínas da célula ou ele pode ser “silencioso”?
Depende do significado de silencioso! Teoricamente silencioso é sem resposta. Se considerarmos que a célula não apresentou dano, o organismo provavelmente também não o apresentará. O que pode acontecer é que um dano acontece, mas não se consegue detectá-lo. Para que isto não ocorra é que são realizados vários testes diferentes.

Caro Felipe.

Estou à disposição para o que você precisar.

Mauro A. D. Melo
UFPA - Campus de Bragança
Alameda Leandro Ribeiro s/n
68600-000, Bragança, Pará
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sexta-feira, 3 de junho de 2011

FICHAMENTO 10 QUESTÃO 3

A Biologia Molecular das Doenças Inflamatórias Intestinais
PINHO, Mauro. A Biologia molecular das doenças inflamatórias intestinais. Rev bras. colo-proctol. [online]. 2008, vol.28, n.1, pp. 119-123. ISSN 0101-9880.
“Apesar de sua elevada prevalência, a compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa permanece como um grande desafio apesar de muitas décadas de pesados investimentos em pesquisa. Estudos clínicos em grande escala, assim como análises em ciências básicas mostraram-se insuficientes para superar a complexidade destas doenças as quais, apesar de apresentar uma profunda similaridade entre si, possuem uma extensa variedade no que diz respeito à incidência, sítio anatômico de envolvimento, formas de apresentação, evolução e resposta terapêutica.” (p.119)
“O objetivo deste artigo será, apresentar uma breve revisão sobre o estado atual dos conceitos e resultados gerados até o momento pela análise biomolecular dos mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela ocorrência das doenças inflamatória intestinais.” (p.119)
“Sabe-se que a ocorrência de uma doença inflamatória crônica representa a perda do equilíbrio acima citado, constatando-se uma elevação local dos níveis de diversas citocinas.” (p.120)
“Existem múltiplas evidências de que as bactérias desempenham um papel chave no surgimento dasdoenças inflamatórias intestinais crônicas. Estudos experimentais demonstram a impossibilidade do desenvolvimento desta inflamação na ausência de bactérias, levando à ampla aceitação atual do aforisma “sem bactéria, não há colite”. (p.120)
“O equilíbrio imunológico baseia-se em grande parte na existência de um mecanismo  denominado como imunidade inata. Através deste, células de defesa como macrófagos e células dendríticas, existentes na mucosa intestinal, são capazes de detectar a presença de moléculas associadas a microrganismos.” (p.120)
“Além das alterações ocorridas na flora bacteriana e na resposta imune à presença de bactérias, o comprometimento da barreira mucosa é considerado como um terceiro aspecto capaz de contribuir para a fisiopatologia das doenças inflamatórias intestinais.” (p.122)






FICHAMENTO 9 QUESTÃO 3

Biologia molecular do câncer cervical
RIVOIRE, Waldemar Augusto; CORLETA, Helena Von Eye; BRUM, Ilma Simoni  e  CAPP, Edison.Biologia molecular do câncer cervical. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. [online]. 2006, vol.6, n.4, pp. 447-451. ISSN 1519-3829.
“Existe forte evidência clínica e experimental de que o papiloma vírus humano (HPV) tem papel central no desenvolvimento e crescimento do câncer cervical. Contudo, é sabido que a carcinogênese é um processo de múltiplas etapas. Alterações no equilíbrio citogenético ocorrem no momento da transformação do epitélio cervical normal em câncer. Numerosos estudos apoiam a hipótese de que a infecção por HPV está associada ao desenvolvimento de alterações malignas e pré-malignas do trato genital inferior.” (p.448)
“Os genes são compostos por moléculas de DNA, no núcleo celular. Eles especificam seqüências de aminoácidos que devem ser ligados uns aos outros para formar determinada proteína, que deverá realizar o efeito biológico do gene. Quando um gene é ativado, a célula responde sintetizando a proteína codificada. Mutações em um gene podem perturbar a célula, alterando a quantidade de proteína ou a atividade desta.” (p.448)
“Quando ocorrem mutações, proto-oncogenes tornam-se oncogenes, que são carcinogênicos e causam multiplicação celular excessiva. Essas mutações levam o proto-oncogene a expressar em excesso sua proteína estimuladora do crescimento ou a produzir uma forma mais ativa. Os genes supressores de tumores, em contraste, contribuem para o desenvolvimento de câncer quando são inativados por mutações. O resultado é a perda da ação de genes supressores funcionais, o que priva a célula de controles cruciais para a inibição de crescimento inapropriado.” (p.448)
“As células humanas estão equipadas com mecanismos de controle da divisão celular. Mutações no conteúdo genético destas células podem superar estas defesas e  contribuir para a formação do câncer. Um desses mecanismos de ação é a apoptose, que ocorre quando componentes essenciais estão lesados ou o controle do sistema desregulado. O desenvolvimento de células tumorais implica em escape a esse mecanismo.” (p.449)
“Todos os tipos de HPV são replicados exclusivamente no núcleo da célula hospedeira. Em lesões de pele benignas, associadas ao HPV, o genoma viral encontra-se separado do DNA celular e surge como um plasmídio extra-cromossômico (corpo epissomal). Em lesões malignas associadas aos HPV 16 e 18, contudo, o DNA viral se integra aos cromossomos hospedeiros.” (p.449)
“A integração do DNA viral ao genoma da célula hospedeira é, provavelmente, o passo mais importante na carcinogênese cervical. A combinação da perda da regulação transcripcional viral e a ativação da transcrição do DNA viral integrado podem levar a super expressão de genes, que são essenciais ao desenvolvimento do carcinoma cervical. Alternativamente, a integração do DNA do HPV pode estar associada ou a um proto-oncogene ou a um gene supressor de tumor. O efeito dessa associação poderia levar a progressão de um fenótipo maligno.” (p.450)

FICHAMENTO 8 QUESTÃO 3

Biologia molecular da doença de Alzheimer: uma luz no fim do túnel?
ALMEIDA, O.P.. Biologia molecular da doença de Alzheimer: uma luz no fim do túnel?. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 1997, vol.43, n.1, pp. 77-81. ISSN 0104-4230.
“Demência aflige, aproximadamente, 5% da população com idade acima de 65 e 20% daqueles acima de 80 anos. Entre 1975-2000, espera-se um aumento no número de casos de demência de 54%, em países desenvolvidos, e de 123%, em despreparados países em desenvolvimento, como o Brasil. A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência e é a quarta causa mais freqüente de morte em países desenvolvidos.” (p.77)
“As características básicas da DA foram descritas, no início deste século, por Alois Alzheimer, que relatou o caso de uma senhora de 51 anos de idade que foi trazida à atenção médica devido a um quadro de delírio de ciúmes em relação a seu marido. Nos meses que se seguiram, sua memória deteriorou rapidamente e ela passou a apresentar parafasias, apraxia e desorientação espacial. A paciente faleceu quatro anos e meio após o início dos sintomas. O exame anatomopatológico revelou um cérebro claramente atrofiado e, microscopicamente, a presença de fusos neurofibrilares, placas senis e perda neuronal.” (p.77)
“A presença de fusos neurofibrilares é considerada fundamental para o desenvolvimento da DA, e sua concentração e distribuição têm sido consistentemente correlacionadas com a gravidade da demência.” (p.77)
“A descoberta de um “marcador biológico” confiável permitiria o estudo longitudinal de populações de risco, o que seria fundamental para o desenvolvimento de estratégias adequadas de prevenção da doença.” (p.80)


FICHAMENTO 7 QUESTÃO 3

Extração de DNA a partir de sangue humano coagulado para aplicação nas técnicas de genotipagem de antígenos leucocitários humanos e de receptores semelhantes à imunoglobulina
ARDOZO, Daniela Maira et al. Extração de DNA a partir de sangue humano coagulado para aplicação nas técnicas de genotipagem de antígenos leucocitários humanos e de receptores semelhantes à imunoglobulina. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2009, vol.42, n.6, pp. 651-656. ISSN 0037-8682.
“Muitos testes genéticos envolvidos em estudos de doenças humanas necessitam da utilização do DNA genômico extraído de amostras de sangue. Normalmente, o DNA genômico é obtido a partir da separação da camada de células brancas (buffy-coat) ou do sangue total.” (p.651)
“Frequentemente, ensaios genéticos envolvendo a reação em cadeia da polimerase (PCR) para a extração de DNA, utilizam amostras de sangue coletadas com anticoagulantes.” (p.651)
“Muitos métodos para o isolamento de DNA de amostras coaguladas foram descritos e alguns deles enfocam a obtenção de um DNA satisfatório para a PCR. Outras técnicas se preocupam com amostras de DNA de alta qualidade, porém são procedimentos demorados e bastante trabalhosos, envolvendo processos de homogeneização do coágulo.” (p.652)
“...uma técnica rápida e eficiente de extração de DNA de sangue coagulado se faz necessária, uma vez que materiais biológicos que podem ser utilizados para muitos estudos genéticos são descartados rotineiramente. Além disso, esta metodologia pode representar mais uma opção para a extração de DNA de amostras cujo anticoagulante foi ineficaz.” (p.652)
“Este projeto foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá, estando de acordo com a Resolução 196/96 – CNS.” (p.652)
“As amostras extraídas pelo método EZ-DNA não se mostraram satisfatórias, uma vez que para a dissolução do botão de células, em solução, houve a necessidade de muitos dias de incubação em banho-maria (7 dias), levando assim à degradação do DNA, (dados não mostrados), além do dispendioso tempo necessário para a extração.” (p.653)
“Independente da comparação, o método de extração de DNA por EZ-DNA não foi adequado quando o material biológico de origem foi o coágulo sanguíneo. As amostras de DNA obtidas não amplificaram por nenhuma das duas metodologias de PCR testadas e o procedimento foi demorado, uma vez que foi necessário um período de 5 a 7 dias, em banho-maria, a 56ºC, para a dissolução do botão de células nucleadas na solução de EZ, o que pode ter contribuído para a degradação do DNA.” (p.655)
“...pode-se concluir que a técnica de salting out é muito eficiente, simples e rápida para ser utilizada na extração de DNA de amostras de sangue humano coagulado por qualquer Laboratório de Biologia Molecular. Além disso, o DNA apresentou excelente qualidade e concentração adequada para amplificar os loci HLA e KIR pelas técnicas de biologia molecular PCR-SSO-Luminex e PCR-SSP made in house, respectivamente.” (p.655)


FICHAMENTO 6 QUESTÃO 3

PROJETO GENOMA HUMANO E ÉTICA
ZATZ, MAYANA. Projeto genoma humano e ética. São Paulo Perspec. [online]. 2000, vol.14, n.3, pp. 47-52. ISSN 0102-8839.
“O projeto genoma humano (PGH) tem como objetivo identificar todos os genes responsáveis por nossas características normais e patológicas. Os resultados a longo prazo certamente irão revolucionar a medicina, principalmente na área de prevenção.” (p.47)
“As vacinas de DNA poderão eliminar doenças como a tuberculose ou a Aids. Os remédios serão receitados de acordo com o perfil genético de cada um, evitando-se assim os efeitos colaterais. Paralelamente a esses avanços, inúmeras questões éticas já estão sendo discutidas e outras irão surgir.” (p.47)
“A influência genética em doenças psiquiátricas, tais como a doença do humor (ou psicose maníaco-depressiva), a esquizofrenia ou o alcoolismo, já é amplamente aceita (Alper e Natowicz, 1993; Mallet et alii, 1994). Em uma genealogia extensa da Holanda (Brunner et alii, 1993) identificaram, em indivíduos com comportamento agressivo e anti-social, uma mutação recessiva em um gene do cromossomo X (e que portanto só afeta indivíduos do sexo masculino).” (p.48)
“Nos últimos anos, inúmeros pesquisadores vêm tentando identificar genes de suscetibilidade para doenças psiquiátricas ou distúrbios de comportamento. Descobriu-se, por exemplo, um polimorfismo ligado ao gene transportador da serotonina que causa uma recaptação diminuída dessa substância na fenda sináptica (Heil et alii,1996). Trabalhos recentes confirmados na nossa população mostraram que pacientes com doença de Alzheimer (Oliveira et alii, 1998) e distúrbios psiquiátricos (depressão maior, distimia e doença bipolar) diferem quanto a esse polimorfismo em comparação com controles normais.” (p.48)
“Uma outra questão ética é a possibilidade de se escolher o sexo de um futuro bebê.” (p.48)
“...a possibilidade de se determinar o sexo de embriões antes da sua implantação (diagnóstico pré-implantação na fertilização “in vitro”) para casais com risco de doenças genéticas que só afetam o sexo masculino (como a hemofilia ou a distrofia de Duchenne) evitaria o diagnóstico pré-natal e o sofrimento de ter de interromper uma gestação no caso de fetos portadores.” (p.49)
“Já no caso de doenças genéticas, a identificação de genes deletérios é fundamental para o diagnóstico diferencial de doenças clinicamente semelhantes, para a prevenção (pela identificação de portadores com risco de virem a ter filhos afetados e por diagnóstico pré-natal) e para futuros tratamentos.” (p.49)
“Do ponto de vista ético, entretanto, a detecção de portadores de genes deletérios pode ter conseqüências totalmente diferentes, pois distinguem-se basicamente dois grupos: os portadores assintomáticos, nos quais o risco de uma doença genética só existe para a prole, como no caso da herança autossômica recessiva ou recessiva ligada ao X; e os portadores sintomáticos ou pré-sintomáticos, nos quais o risco existe tanto para a prole e para si mesmos, como o caso da herança autossômica dominante.” (p.49)
“Os problemas éticos relacionados com o diagnóstico pré-natal e interrupção de gravidez de fetos portadores de genes deletérios também têm sido amplamente discutidos. No caso de doenças letais (na primeira ou segunda décadas) ou as incompatíveis com uma vida independente (como aquelas que causam um retardo mental profundo), a decisão para um casal em risco de interromper uma gestação é mais fácil.” (p.51)
“É fundamental salientar que vários centros do mundo que realizam diagnóstico pré-natal mostraram que a legislação a favor da interrupção da gestação no caso de fetos certamente portadores de genes deletérios tem reduzido significativamente o número de abortos em famílias com risco genético. Isso porque muitos casais decididos a interromper uma gravidez no caso de um feto “em risco” deixaram de abortar quando o diagnóstico pré-natal de certeza comprovou um feto normal para aquela doença.” (p.51)
“Em resumo, os avanços na tecnologia da biologia molecular têm sido tão rápidos que o número de testes genéticos disponíveis, tanto para características normais como patológicas, estão aumentando dia a dia. Enquanto as questões éticas estão sendo debatidas no âmbito acadêmico, os laboratórios estão disputando a possibilidade de desenvolver e aplicar testes de DNA, pois do ponto de vista comercial os interesses são enormes.” (p.51)

FICHAMENTO 5 QUESTÃO 3

Intercorrências Clínicas na Síndrome de Turner
GUIMARAES, Marília M. et al. Intercorrências clínicas na Síndrome de Turner. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2001, vol.45, n.4, pp. 331-338. ISSN 0004-2730.
“A SÍNDROME DE TURNER (ST), descrita na década de 40, é característica do sexo feminino e ocorre numa proporção de 1:2500 a 1:5000 nascimentos vivos. O quadro clínico é evidenciado pela baixa estatura, infantilismo genital, malformações e estigmas diversos. Está associada a diversas morbidades, que podem ser conseqüentes às anomalias congênitas, às doenças mais prevalentes, à falta de tratamento ou ao próprio tratamento e ao envelhecimento. Price, em 1986, em estudo realizado na Inglaterra, observou que a expectativa de vida nesta síndrome era menor que a da população geral, sendo de menos 13 anos no primeiro ano de vida e de menos 10 anos quando estas pacientes atingiam a idade de 40 anos.” (p.332)
“As anomalias congênitas mais prevalentes são os estigmas diversos (palato em ogiva, cúbito valgo, epicanto e outros). As doenças cardíacas (principalmente as lesões do “coração esquerdo”) e as renais (duplicidade do sistema coletor, rotação dos rins), ocorrem em cerca de 40% das pacientes. É descrita também uma alta incidência de outras doenças, como otite média, hipertensão, resistência insulínica, hipercolesterolemia, endocardite e doenças autoimunes, entre elas o hipotireoidismo, doença celíaca e o vitilig.” (p.332)
“Quanto ao envelhecimento, são poucos os relatos do envelhecer na ST. Em estudo recente, Gravholt sugeriu ocorrer uma diminuição do tempo de vida da ST conseqüente à maior incidência de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e fraturas, embora os riscos aumentados de fraturas seriam semelhantes para qualquer faixa etária.” (p.332)
“Foram avaliados retrospectivamente os prontuários de 60 pacientes com diagnóstico de ST, confirmado por cariótipo.” (p.332)
“Quando observamos a distribuição por faixa etária, verificamos uma maior prevalência de pacientes na faixa puberal, que é a idade mais comum da procura ao endocrinologista pela ausência do desenvolvimento das características sexuais. A concentração das pacientes entre 10 e 25 anos dificultou avaliar a prevalência de doenças nas diferentes idades. Chamamos a atenção de que não observamos pacientes com cariótipo compatível com mosaico, nem nas idades mais jovens, nem na faixa etária após os 25 anos. Isto sugere que talvez pela menor prevalência de malformações congênitas e de doenças associadas, ou não existe a suspeita diagnóstica, e estas não são encaminhadas para avaliação, ou abandonam o acompanhamento mais precocemente, à semelhança do referido por Sybert. A confirmação diagnóstica por vezes tardia deve-se ao fato de não ser rotina encaminhar-se pacientes para a realização do cariótipo, a menos que haja uma suspeição clínica de síndrome genética. A paciente de 50 anos, cujo diagnóstico foi confirmado aos 49 anos, procurou tratamento aos 32 anos por amenorréia primária, fazia acompanhamento irregular e a análise de cariótipo na época não fazia parte dos exames de rotina da Instituição. Retornou para acompanhamento endocrinológico, após ser submetida à histerectomia, quando foram visualizadas as gônadas em fita, sendo então encaminhada para avaliação genética.” (p.336)

FICHAMENTO 4 QUESTÃO 3

Disgenesias Gonadais e Tumores: Aspectos Genéticos e Clínicos
LIPAY, Mônica V. Nunes; BIANCO, Bianca  e  VERRESCHI, Ieda T.N.. Disgenesias gonadais e tumores: aspectos genéticos e clínicos. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.1, pp. 60-70. ISSN 0004-2730.
“O GRUPO DE ANOMALIAS ASSOCIADAS à disgenesia gonadal vem crescendo nos últimos anos com a inclusão de quadros sindrômicos decorrentes de mutações em genes autossômicos recentemente identificados, participantes da diferenciação gonadal.” (p.61)
“Entende-se por gônada disgenética (ou em fita ou streak) aquela constituída somente de tecido fibroso, sem função hormonal nem capacidade de produção de gametas, e sem estruturas que permitam caracterizá-la como ovário ou como testículo.” (p.61)
“O termo disgenesia gonadal pura (DGP) é aplicado a indivíduos fenotipicamente femininos, sem ambigüidade genital, presença de derivados müllerianos, gônadas disgenéticas e cariótipo normal, 46,XX ou 46,XY; daí a classificação em DGP XX e DGP XY. São atribuídas a mutações gênicas, sendo mais comum a transmissão recessiva autossômica ou ligada ao cromossomo X...” (p.61)
“A DGP XX em geral é diagnosticada por amenorréia primária e atraso no desenvolvimento de caracteres sexuais secundários, em indivíduos com cariótipo 46,XX, fenótipo feminino normal, presença de dutos genitais internos femininos (útero, trompas e porção superior da vagina), que podem ser um pouco hipoplásicos ou infantis pela falta de estímulo hormonal, além de mamas pouco desenvolvidas.” (p.61)
“O diagnóstico é usualmente feito por ocasião da puberdade, devido à amenorréia primária, em indivíduos com sexo genital externo feminino sem ambigüidade, dutos genitais internos femininos (útero, trompas e porção superior da vagina), os quais podem ter as dimensões um pouco reduzidas ou infantis, além de gônadas disgenéticas. A estatura é normal ou elevada, porém com proporções eunucóides e desenvolvimento mamário escasso ou ausente; as pilificações axilar e pubiana em geral estão presentes e em quantidade normal, não sendo observados dismorfismos como os da síndrome de Turner. As gonadotrofinas encontramse elevadas, enquanto os níveis de estrógeno e testosterona estão reduzidos” (p.62)
“Sob a designação de disgenesia gonadal mista (DGM), encontra-se um grupo heterogêneo de anomalias gonadais, cromossômicas e outras anormalidades fenotípicas, comumente caracterizadas pela presença de testículo disgenético de um lado e gônada disgenética ou ausente de outro, persistência de derivados müllerianos e graus variados de ambigüidade genital...” (p.62)
“A Displasia Camptomélica é um quadro sindrômico raro no qual predominam manifestações esqueléticas, incluindo encurvamento de ossos longos (em particular fêmur e tíbia), hipoplasia escapular, mineralização deficiente dos pedículos torácicos, onze pares de costelas e anomalias dos ossos da pelve.” (p.62)
“A associação de ambigüidade genital a tumor de Wilms e nefropatia com insuficiência renal progressiva em indivíduos de sexo genético 46,XY foi descrita, de modo independente, por Denys e cols. em 1967 e Drash e cols. em 1970 (30). Mais de 150 casos foram publicados até o momento, o que permitiu a Müller, em 1994, delinear a síndrome que leva o nome desses dois autores.” (p.63)
“A síndrome de Turner (ST) deve seu nome a Henry H. Turner, que, em 1938, publicou a descrição da tríade infantilismo sexual – pescoço alado – cúbito valgo em sete pacientes do sexo feminino com baixa estatura. Posteriormente, demonstrou-se que, nessas pacientes, as gônadas são vestigiais e ocorre aumento da excreção de gonadotrofinas hipofisárias. A incidência da ST é estimada em torno de 0,47 por 1.000 ou 1 em cada 2.130 nativivas. O número de recém-nascidas corresponde, porém, a uma pequena fração do total de conceptos com ST, uma vez que, embora 1 a 2% de todas as concepções humanas tenha a constituição cromossômica 45,X, cerca de 99% dos conceptos 45,X são abortados espontaneamente.” (p.64)
“Em algumas pacientes com ST, há evidências de função ovariana na puberdade. Segundo Lippe e cols., 21% das pacientes apresenta desenvolvimento mamário espontâneo e, dentre elas, 50% chega a apresentar ciclos menstruais até o início da vida adulta. A evolução da puberdade espontânea na ST é bastante variável e, em geral, lenta ou incompleta; embora a menarca ocorra na idade cronológica normal, os ciclos costumam ser irregulares e com fases de amenorréia secundária.” (p.65)
“O germinoma não associado ao gonadoblastoma é a segunda neoplasia mais freqüente observada na gônada disgenética. São descritos também casos de neoplasia de células germinativas intratubulares em pacientes com disgenesia gonadal mista, que pode ser uma lesão precursora para o desenvolvimento de neoplasias germinativas invasivas.” (p.67)

FICHAMENTO 3 QUESTÃO 3

Aspectos Psicossociais da Síndrome de Turner
SUZIGAN, Lígia Zuppi C.; SILVA, Roberto B. de Paiva e  e  MACIEL-GUERRA, Andréa T..Aspectos psicossociais da síndrome de Turner. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.1, pp. 157-164. ISSN 0004-2730.
“A SÍNDROME DE TURNER (ST) ocorre em aproximadamente 1:2.130 nativivos do sexo feminino e é decorrente da presença de um cromossomo X e perda total ou parcial do segundo cromossomo sexual. Seus sinais clínicos mais importantes são a baixa estatura – a altura final é, em média, entre 142 e 146,8cm, podendo variar de acordo com a altura dos pais – e a disgenesia gonadal, levando à amenorréia primária, atraso no desenvolvimento puberal e esterilidade.” (p.158)
“O tratamento da ST tem como objetivos principais promover o crescimento, repor esteróides sexuais, corrigir, sempre que possível, as anomalias congênitas ou adquiridas, oferecer suporte psicossocial e, conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida das pacientes.” (p.158)
“Os problemas de comportamento mais comumente observados em meninas com ST são imaturidade, ansiedade, problemas de atenção/hiperatividade, dificuldades de interação social, retraimento e comportamento agressivo...” (p.158)
“Alguns autores apontam a baixa estatura como sendo o principal fator de impacto emocional e a origem de muitos dos problemas psicossociais encontrados na ST. A baixa estatura interfere de forma negativa na percepção de outras pessoas quanto à maturidade, popularidade e capacidade acadêmica, causando impacto no funcionamento psicológico e social e na auto-estima...” (p.158)
“O atraso no desenvolvimento puberal também é grande fonte de stress para muitas pacientes com ST. Quando a puberdade não acontece próxima à idade das amigas, pode levar a paciente a sentir-se diferente e a isolar-se, justamente numa época da vida em que os relacionamentos sociais são de suma importância. Sentimentos intensos de inferioridade e comportamento imaturo também são relatados diante do atraso puberal (26).” (p.159)
“A infertilidade também pode ser considerada um fator de grande impacto emocional, podendo causar períodos de depressão e interferir tanto na sexualidade quanto na auto-estima.” (p.159)
“Meninas com ST apresentam menor competência social quando comparadas com aquelas com baixa estatura e cariótipo normal e com meninas com estatura normal. Em alguns estudos, as próprias pacientes afirmam ter problemas sociais. Segundo Boman e cols., tanto os pais quanto as próprias pacientes relatam a ocorrência de dificuldades sociais, como provocações por parte dos colegas e a ausência de amigos mais próximos.” (p.159)
“Quando adultas, as mulheres com ST relatam maior isolamento social em comparação a mulheres saudáveis e tendem a ter uma vida social bastante limitada (23,38).” (p.160)
“É freqüente, ainda, que ocorram provocações e ridicularizações por parte de colegas devido à baixa estatura ou a outras características físicas específicas da ST, dificultando, assim, a integração social. Frente a esta situação, algumas pessoas tendem a ter baixo auto-conceito e baixa auto-estima, e a isolar-se cada vez mais, perpetuando a dificuldade de socialização e tornando-se pouco populares entre os colegas – fechando um círculo vicioso. Em alguns casos, há maior facilidade em integrar-se a um grupo de pessoas mais jovens em função da baixa estatura e da imaturidade emocional...” (p.160)
“Dificuldades de relacionamento amoroso são freqüentemente relatadas por mulheres com ST (37); em comparação com a população como um todo, relatam ter suas primeiras experiências sexuais com mais idade, são sexualmente menos ativas e casam-se menos...” (p.160)
“A relação familiar e a interação entre os pais e suas filhas com ST é evidentemente de suma importância para o desenvolvimento psicológico da criança ou adolescente. Pessoas com problemas de relacionamento social (como é o caso de muitas meninas com ST) são mais dependentes de uma família bem ajustada, e quando existem problemas familiares tendem a ser mais fortemente afetadas em comparação com aquelas que mantém boas relações sociais.” (p.160)
“Doenças psiquiátricas são ocasionalmente relatadas nessas pacientes, como depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar e anorexia nervosa, mas parece não haver risco aumentado para doenças psicopatológicas graves.” (p.161)
“Sabe-se que a presença de uma “doença crônica” pode ser fonte de grande impacto emocional e ter conseqüências na personalidade e competência social dessas pacientes.” (p.161)
“Assim, num esforço conjunto entre pais, professores, médicos e psicólogos, a menina com ST deve ser estimulada a se comportar de acordo com sua idade, a fazer parte de diversos grupos sociais através de atividades esportivas, de lazer etc., e a ser independente.
Assim, é possível atenuar a imaturidade emocional que quase sempre está presente em pacientes com ST. É de suma importância, também, que não seja subestimada em suas capacidades cognitivas, acadêmicas e sociais.” (p.162)
“Com estes cuidados, há um bom prognóstico quanto ao desenvolvimento psicológico e social e uma qualidade de vida satisfatória. Vale ressaltar, porém, que o diagnóstico precoce da ST é de fundamental importância para que as famílias possam ser orientadas também precocemente quanto às atitudes mais adequadas a serem tomadas.” (p.162)

FICHAMENTO 2 QUESTÃO 3

Avaliação da Resistência Insulínica e do Perfil Lipídico na Síndrome de Turner
ARMANI, Maria C. de A. et al. Avaliação da resistência insulínica e do perfil lipídico na síndrome de turner . Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.2, pp. 278-285. ISSN 0004-2730.
“A SÍNDROME DE TURNER (ST) caracteriza-se citogeneticamente pela presença de um cromossomo X normal e a perda parcial ou total do outro cromossomo sexual. Ocorre em aproximadamente 1:2130 nativivos do sexo feminino. Seus sinais clínicos mais importantes são a baixa estatura, a altura final está, em média, entre 142 e 147cm,  podendo variar de acordo com a altura dos pais, e a disgenesia gonadal, levando à amenorréia primária, atraso no desenvolvimento puberal e esterilidade. Podem ser observadas, também, algumas anomalias congênitas e adquiridas, como problemas cardiovasculares e renais, deficiência auditiva, hipertensão, doenças tireoidianas, osteoporose e obesidade, entre outras. Encontra-se, ainda, uma grande variabilidade de sinais dismórficos, como pescoço curto e/ou alado, tórax largo e em escudo,  cubitus valgus, baixa implantação dos cabelos na nuca, orelhas proeminentes e de implantação baixa, entre outros.”(p.279)
“A tendência à obesidade é observada nas portadoras de ST, sendo seu índice de massa corporal significativamente superior em relação à população controle, tanto antes da puberdade como em adultas. Portanto, a hipertensão essencial, a obesidade, a intolerância aos carboidratos, a hiperinsulinemia e a hiperlipemia fazem com que as pacientes com ST tenham maior risco de complicações cardiovasculares,  principalmente doenças coronarianas.” (p.279)
“Foram avaliadas 35 pacientes com diagnóstico clínico e citogenético de ST acompanhadas rotineiramente no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas (SP). Nenhuma das pacientes havia utilizado esteróides anabolizantes ou hormônio de crescimento e estavam eutireoidianas.”(p.279)
“Trata-se de um estudo transversal, no qual os dados clínicos foram obtidos a partir de informações da consulta médica atual e do prontuário de cada paciente existente no Serviço de Arquivo Médico (SAME) do HC – UNICAMP.” (p.279)
“A idade das 35 pacientes incluídas no estudo variou de 5 a 43 anos (17 ± 8 anos), sendo 10 acima de 20 anos. Todas eram normotensas. Em relação à constituição cromossômica, 17 (48,6%) apresentaram cariótipo 45,X; 6 (17,1%) com aberrações estruturais [1 com 46,X,i(Xq); 2 com 45,X/46,X,i(Xq); 2 com 45,X/46,X(r); e 1 com 45,X/46,XX/47,XX+mar(Y-)] e 12 (34,3%) com mosaicismo sem aberração estrutural [11 com 45,X/46,XX; e 1 com 45,X/47,XXX)]. Em nenhuma foram encontradas as seqüências do cromossomo Y pesquisadas.” (p.280)
“Em relação às dosagens séricas do colesterol total, 11 das 25 (44%) pacientes menores de 20 anos apresentaram valores >170mg%, sendo 6 delas >200mg%; e entre as 10 maiores de 20 anos, 5 (50%) apresentaram valores >200mg%. Em relação ao HDL, uma paciente abaixo de 20 anos e outra acima de 20 anos apresentaram valores <40mg%. Quanto ao LDL, 6 das 25 (24%) pacientes abaixo de 20 anos apresentaram valores >110mg%, sendo 2 >130mg%, enquanto que 4 das 10 (40%) pacientes acima de 20 anos tiveram valores >130mg%. Quanto aos triglicérides, 4 das 25 (16%) pacientes abaixo de 20 anos apresentaram valores >130mg%, sendo 3 delas >150mg%; e entre as 10 acima de 20 anos, 2 (20%) apresentaram valores >150mg%...” (p.281)
“Os resultados deste estudo representam uma amostra de pacientes brasileiras com ST em diferentes faixas etárias, selecionadas ao acaso, eutireoidianas, e sem uso prévio de hormônio de crescimento recombinante humano ou esteróides anabólicos androgênicos...” (p.281)
“Vários estudos têm demonstrado uma maior incidência de obesidade na ST, tanto na infância, como principalmente na vida adulta...” (p.282)
“Concluindo, foram observadas alterações no perfil lipídico agravadas pela resistência insulínica, porém independentes de faixa etária, de cariótipo, de níveis de pressão arterial e da presença de obesidade neste grupo de mulheres com ST. A resistência insulínica, não observada neste estudo com a freqüência descrita na literatura, parece estar diretamente ligada à idade, à obesidade e à reposição estrogênica.” (p.283)



FICHAMENTO 1 QUESTÃO 3

Proporções Corporais em Um Grupo de Pacientes Brasileiras Com Síndrome de Turner 
BALDIN, Alexandre D. et al. Proporções corporais em um grupo de pacientes brasileiras com Síndrome de Turner. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.4, pp. 529-535. ISSN 0004-2730.
“AS MAIS FREQÜENTES CARACTERÍSTICAS clínicas da síndrome de Turner (ST) são a baixa estatura altura final entre 142 e 147cm, variando de acordo com a altura dos pais e com a população estudada e a disgenesia gonadal, levando a atraso no desenvolvimento puberal, amenorréia primária e esterilidade. Podem ocorrer algumas anomalias congênitas e adquiridas, como cardiovasculares e renais, deficiência auditiva, hipertensão, doenças tireoidianas, osteoporose e obesidade, entre outras. Encontra-se, ainda, uma grande variabilidade de sinais dismórficos, como pescoço curto e/ou alado, tórax largo e em escudo, cubitus valgus, baixa implantação dos cabelos na nuca, orelhas proeminentes e de implantação baixa, entre outros.” (p.530)
“Tendo em vista a constante preocupação com a qualidade de vida e a melhora da estatura final, um dos tratamentos propostos para as pacientes com ST é o uso por tempo  prolongado de hormônio de crescimento recombinante humano em doses suprafisiológicas. Alguns estudos têm avaliado as proporções corporais durante e após este tratamento, com resultados controversos, desde normalização de alguns parâmetros até a observação de proporções acromegálicas.” (p.530)
“Foram avaliadas 50 pacientes com diagnóstico clínico e citogenético de ST acompanhadas no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP. Nenhuma das pacientes havia utilizado oxandrolona ou hormônio de crescimento e todas eram eutireoidianas.” (p.530)
“Os seguintes parâmetros foram avaliados: idade (anos), desenvolvimento puberal espontâneo e reposição estrogênica. De acordo com o desenvolvimento puberal, as pacientes foram classificadas em 2 grupos: impúberes ou púberes, de acordo com o estadio de desenvolvimento das mamas proposto por Tanner e Whitehouse, sendo I para as impúberes e ≥ II para as púberes. Em relação à reposição estrogênica, essa informação foi avaliada apenas nas pacientes com faixa etária em que a reposição estava indicada na ausência de desenvolvimento puberal espontâneo e com a elevação das gonadotrofinas séricas.” (p.530)
“A média e a mediana da idade das 50 pacientes incluídas no estudo foi de 17 anos com DP de 8 anos (variando de 5 a 43 anos), sendo 15 acima de 20 anos de idade. Quanto ao desenvolvimento puberal, 22 (44%) eram impúberes no momento deste estudo, com idade média de 12 anos e DP de 5 anos. Entre as demais 28 que já haviam iniciado a puberdade, 5 haviam feito de forma espontânea e 23 induzida por reposição estrogênica, com idade média de 21 anos e DP de 8 anos...” (p.531)

“Concluindo, o comprometimento de crescimento na ST é fundamentalmente longitudinal, e os dados observados neste estudo brasileiro são comparáveis aos dinamarqueses, inclusive em relação à estatura final. Apesar de alguns estudos demonstrarem que o uso de doses suprafisiológicas de hormônio de crescimento recombinante humano não causam comprometimento ainda maior das desproporções antropométricas na ST, cuidados devem existir no acompanhamento das medidas de mãos e pés, bem como dos diâmetros biacromial e bi-ilíaco ao início e na vigência de reposição hormonal.” (p.534)




MOLÉCULA DE DNA QUESTÃO 7

VISITA A APAE QUESTÃO 2

Nos alunos da faculdade leão Sampaio do curso de odontologia, fomos fazer um turno na apae de juazeiro do norte, para podemos sentir de perto o o que nos vamos fazer daqui uns semestre a frente, isso também foi muito prazeroso e foi muito bom viver essa experiência na apae com pessoas especiais e carente, la podemos brinca com eles, fazermos eles sorrir e conversa com pessoas de fora, agente podia ver nos seus rostos a alegria em nossa turma esta la, mas bom mesmo foi quando eles apresentarão umas dança para nos, eles nos passou porque são deficiente físico ou outro causa de deficiência nao quer dizer q nao diferentes  de nos, eles também fazem atividades como musica, pintura, dança, peças teatrais etc.
entao espero q possa  volta mas vezes por la, para sentir novamente tudo de novo, e ver o sorriso deles de novo.



quarta-feira, 13 de abril de 2011

ADEUS SORRISO METALICO

Técnica recente no Brasil permite a correção dos dentes com o uso de aparelho ortodôntico “escondido” atrás dos dentes, sem prejudicar a estética. Tema é um dos destaques de congresso que acontece em outubro
O sorriso “metálico” adornado com um aparelho ortodôntico é percebido como um grande incômodo para muitas pessoas, e algumas delas até evitam o tratamento por causa desta parafernália de fios e peças de metal que torna o sorriso menos atraente. Para quem foge do ortodontista, mas quer as melhorias que o tratamento proporciona para a estética e para as funções de mastigação, respiração e fala, foi criada a técnica da Ortodontia Lingual.
A técnica permite a fixação do aparelho “escondido” atrás dos dentes, junto à língua. Assim, a estética não fica comprometida e a correção dos dentes, tanto da arcada superior como da inferior, ocorre como no método tradicional.
O conceito de Ortodontia Lingual surgiu na década de 70 nos EUA. A técnica foi criada para atender artistas de Hollywood que hesitavam em usar um aparelho ortodôntico convencional. No Brasil, este tipo de tratamento ainda é pouco difundido. Um dos nomes mais importantes da Ortodontia Lingual é Peter Taylor, inglês naturalizado brasileiro que há 35 anos escolheu o País para viver.
Segundo o especialista, o método lingual pode ser usado em qualquer caso. As duas únicas diferenças em relação ao aparelho colocado na parte frontal dos dentes é que, devido à dificuldade de visualização, demora um pouco mais para ser colocado; já do paciente é exigido mais cuidado na higienização. A Ortodontia Lingual e o método de colocação tradicional também guardam algumas diferenças técnicas. Assim, Taylor alerta que o profissional deve fazer um bom curso na área para estar hábil a aplicar este procedimento em seus pacientes.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Odontopediatria

Genetica na odontologia

Um centro de pesquisas realiza estudos com 1.200 pares de gêmeos, com idade entre seis meses e 40 anos, no interior de Minas Gerais. Apesar da descrição anterior se encaixar bem num roteiro de ficção científica, os estudos realizados com os gêmeos idênticos e fraternos de Montes Claros (MG) são reais, sérios, têm embasamento e aplicam uma ferramenta que traz um novo enfoque para a pesquisa odontológica: a Genética.




As pesquisas desenvolvidas na Associação de Gêmeos do Norte de Minas Gerais – região onde se concentra grande número de gêmeos - são coordenadas pelo cirurgião-dentista brasileiro Walter Bretz, que há 25 anos está nos Estados Unidos e atualmente é pesquisador e professor do Departamento de Cariologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, e por Patrícia Corby, também CD brasileira e professora na mesma instituição. “Desde 2000, desenvolvemos vários modelos de estudo com gêmeos em Odontologia. O objetivo é identificar se há e quais são as contribuições genéticas e am­bientais nas características bucais”, diz Bretz. Ele completa que, em longo prazo, o objetivo é poder definir tratamentos ou me­didas de prevenção mais específicos para cada pessoa e, portanto, mais eficientes.
Um dos modelos de estudo de­senvolvidos que encontra di­fe­ren­cial em gêmeos é o de caso controle, pois entre eles são mi­nimizadas as variáveis ambi­netais, além das genéticas, já que irmãos geralmente recebem a mesma educação, têm o mesmo acesso a serviços de saúde, os mesmos hábitos alimentares, entre outros fatores. Desta forma, é feito o pareamento entre irmãos nos grupos teste e controle, facilitando a análise e comparação das carecterísticas estudadas.
 
Relações entre boca e genes
Segundo Bretz, os modelos de estudos realizados em Montes Claros levantam e cruzam, nos níveis clínico e genético, muitas e detalhadas informações sobre a saliva, forma dos dentes, halitose, superfície das papilas gustativas, resposta a tratamentos, como o clareamento, e a presença das bactérias benéficas da comunidade microbiana presente na boca. “A partir dos dados já levantados, constatamos que a cárie tem um componente genético”, diz o pesquisador.
Apesar de já haver esta cons­tatação, há muito que se estudar ainda e os próximos passos da pesquisa vão aprofundar as análises da microbiologia oral dos pacientes, para definir melhor as relações entre condições e características bucais e os genes. “Atualmente, também estamos desenvolvendo muitos estudos com gêmeos idênticos com características discordantes em relação à cárie e à doença periodontal”, completa Bretz.
 
Uma ideia que deu certo
A aplicação da Genética na Odontologia é uma grande novidade e a criação da Associação de Gêmeos do Norte de Minas Gerais mostra que o tema já chama a atenção da comunidade científica internacional. Walter Bretz conta que a ideia deste centro surgiu em 1999, quando se reuniu com geneticistas nos EUA para discutir possibilidades de pesquisas relacionando as duas áreas. “Aí, vimos que precisávamos estudar melhor a cárie utilizando o modelo de gêmeos.”
Em 2000, o projeto foi instalado em Montes Claros e hoje é mantido pelo governo norte-americano, por meio de um programa que apoia pesquisas reconhecidas pelo seu mérito científico, e também tem parcerias com a indústria. Além dos coordenadores, Walter Bretz e Patrícia Corby, o centro conta com um grupo permanente de mais de 15 pesquisadores colaboradores, que desenvolvem pesquisas não só em Odontologia, mas também em Medicina e áreas afins da saúde.

Odontologia